Aviões e Aeroportos: Aviação Naval Brasileira


 Aviação Naval Brasileira
 
A Aviação Naval Brasileira é o componente aéreo da Marinha do Brasil, atualmente denominada Força Aeronaval. A estrutura aérea está subordinada ao Comando da Força Aeronaval, organização militar responsável por prover apoio aéreo operacional a partir das embarcações da Marinha do Brasil.
A Aviação Naval encontra-se sediada na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, onde são feitas a manutenção a nível de parque de todas as aeronaves, e encontram-se o Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval e o Comando da Força Aeronaval. Porém, esquadrões estão espalhados por todo o país, fornecendo apoio aéreo as organizações militares da Marinha ali sediadas ou que estejam realizando operações na área.
É missão do Comando da Força Aeronaval: "Assegurar o apoio aéreo adequado às Operações Navais, a fim de contribuir para a condição de pleno e pronto emprego do Poder Naval onde e quando for necessário."

 Histórico:

Desde logo reconhecendo as potencialidades das aeronaves, apenas cinco anos após o voo pioneiro de Santos Dumont, em 1911, inicia-se o interesse da Marinha pela aviação, tendo o Tenente Jorge Henrique Moller, primeiro piloto militar brasileiro, recebido seu brevet em 29 de abril na França; e sendo fundado o Aero Clube Brasileiro.
A Aviação Naval Brasileira começa em 1916 com a criação da Escola de Aviação Naval. A aviação desenvolve-se rapidamente com o pioneirismo da força, com raids aéreos, o correio aéreo militar, precursor do atual Correio Aéreo Nacional, e a participação de aviadores navais brasileiros em operações reais de patrulha, durante a Primeira Guerra Mundial, integrando o 10° Grupo de Operações de Guerra da Royal Air Force (RAF).
Com a criação da Força Aérea Brasileira em 1941, foi decidido que a Aviação Naval e a Aviação Militar (subordinada ao Exército Brasileiro) deixariam de existir, passando seus meios a nova força. Aos militares foi dada a opção de passarem a nova força ou permanecerem na força de origem. Na época, era grande a polêmica se a Força Aérea deveria ser uma força independente ou não. A própria Força Aérea dos Estados Unidos da América só se formou posteriormente em 1947, lutando a Segunda Guerra Mundial integrada ao Exército norte-americano. Se por um lado a absorção da Aviação Naval e Militar facilitou a criação na FAB, também privou as duas outras forças de meios aéreos. Vale a pena ressaltar que até hoje é motivo de debate quais as funções de cada aviação, podendo esta variar de país para país. Por exemplo, a Marinha de Portugal não possui aeronaves, operando a bordo das embarcações aeronaves da Força Aérea Portuguesa.

Com a extinção da Aviação Naval em 1941, a Marinha participou da Segunda Guerra Mundial sem o seu componente aéreo orgânico, componente este que se mostrou indispensável para a condução das operações de guerra no mar, como a história daquele conflito tão bem demonstrou. As marinhas da Alemanha e da Itália, com poderosos navios de superfície, não puderam operar regularmente por falta de apoio aéreo. A Guerra no Oceano Pacífico foi essencialmente uma guerra aeronaval e anfíbia. A Segunda Guerra Mundial consagrou a aeronave e o porta-aviões como os meios preponderantes, colocando os encouraçados e cruzadores em segundo plano. Por outro lado, em terra, a Força Aérea mostrou-se imprescindível, com função, meios e missões específicos.
Em 1952, ressurge a Aviação Naval em sua segunda fase, com a recriação da Diretoria de Aeronáutica da Marinha e de uma estrutura organizacional. Pretendia a Marinha possuir novamente seus próprios meios aéreos, culminando com a aquisição do NAeL Minas Gerais (A-11) em 1956, que na época tinha passado por ampla modernização. Porém, depois de intenso atrito junto a FAB, por força de Decreto Presidencial em 1965, a Marinha ficou restrita às aeronaves de asa rotativa, os helicópteros. As aeronaves de asa fixa passaram ao inventário da FAB, que as operariam a bordo do porta-aviões, e os helicópteros navais da FAB foram repassados a Marinha.
Em 1996, foram realizadas análises de propostas apresentadas por fornecedores e empresas à Marinha para uma aeronave de interceptação e ataque. Este trabalho indicou que as aeronaves A-4 Skyhawk pertencentes a Força Aérea do Kuwait, e em disponibilidade para venda, atendiam as necessidades da MB, com excelente custo benefício em virtude das poucas horas voadas por célula, condições de armazenamento e pacote logístico agregado (equipamentos de aviônica, armamento, material de apoio e sobressalentes).

 Com Decreto Presidencial nº2.538, de 8 de abril de 1998, a Marinha do Brasil recuperou o direito de operar suas próprias aeronaves de asa fixa destinadas a operar a partir de suas embarcações. No mesmo ano foram recebidas 20 aeronaves para um tripulante e 3 aeronaves para dois tripulantes, estas destinadas a treinamento. As aeronaves receberam respectivamente as designações AF-1 e AF-1A.
O treinamento dos pilotos do esquadrão é realizado na Força Aérea Brasileira, na Armada da República Argentina e na Marinha dos Estados Unidos da América. O esquadrão VF-1 operou a partir do NAeL Minas Gerais, mas teve sua capacidade operativa ampliada com a aquisição do NAe São Paulo.
A Marinha do Brasil tem planos de adquirir aeronaves de reabastecimento em voo, transporte leve e alerta aéreo antecipado, porém estes são adiados em virtude das restrições orçamentárias. Também estão pendentes a modernização dos AF-1 e a substituição dos SH-3.

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